Do sofá
Apetece-me perceber o gosto que tenho por você. Ao te olhar do sofá descubro um pouco do teu eu. Do gênio forte que tens e domina. Do modo que sempre queres tomar conta das situações. De cada momento aferido e discutido que tenta resolver. Chego a observar por vezes sua seriedade e seus pensamentos conturbados. Olhos pequenos e apertados demostram a minuciosidade de cada detalhe pensado. Minha alma esmorece e entristece quando ouço suas palavras de desanimo e desilusão que não combinam nada com você e nem com sua determinação. Estou atenta do sofá a cada menor atitude para poder apreciar um sorriso solto sem querer. Tua presença forte em minha vida não me dá nenhuma saída para desistir. Todos os caminhos que me parecem livres é para estar ao seu lado. Mesmo que só para te admirar do sofá. Por vezes chego a lembrar de Caio Fernando quando escreveu: Sossega, sossega, o amor não é para o teu bico. Não estou nenhum pouco sossegada, muito menos quando chegas perto de mim. Me olhas. Me tocas. Me diz qualquer coisa e até mesmo nada. Mas chega sempre perto e atordoa meu coração. E não deixa isso se tornar apenas um nada.
Comentários
Postar um comentário