Odeio-me


Tudo está complicado demais. Sou assim complicada. Odeio-me. Não estou me suportando. Tantas escolhas mal feitas, quantas burrices. Não é tristeza, é raiva mesmo. Condenada à solidão, castigo complexo. O tempo está passando, ou melhor, todo mundo está passando e eu aqui. Acho que me transformei em fantasminha, mais não tão camarada como o original. Arrepio sobe pelas veias. A vontade de te fazer feliz, de te fazer sorrir e de te amar só encontra um espaço aberto e vazio. Cheio de brisa. Os sonhos, haa esses pobres coitados! Eles estão sendo massacrados e alguns até morrendo afogados nas águas salgadas que surgem diariamente dos meus olhos. Na madrugada meu amigo sono também me abandonou. Porque todo mundo me abandona? Porque sempre no final me encontro sozinha? Eu não mereço ser feliz? Haa, essas perguntas idiotas! Isso já estava na minha lista mais uma vez. Hoje estou morrendo mais uma vez, morrendo dentro do meu quarto, em cima da minha cama, em cima do sofá. Apenas odeio-me, como posso querer que alguém me ame, não é? 

Adeus, vou me odiar mais um pouco ali. 
Hoje não é um dia bom. 
Amanhã quem sabe!

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