Face de encanto

Ontem um homem visitou meu sonho. Eu não o conhecia. Seus dentes me chamaram atenção, pois eram tão brancos quanto a neve. Face beatífica cor de marfim sorriam para mim. Seus olhos tinham algo de exótico e misterioso. Sua voz expelia um tom sincero e suave, mas não conseguia enxergar os movimentos de sua boca quando recitou tais palavras: Torna-te quem és. Depois apareceu uma criança e disse: "Espero que eu não esteja muito atrasado." Olhei, ela estava vindo em minha direção com os braços abertos, como se fosse me dar um abraço apertado, mais não chegou até mim. Seus olhos cor de mel brilhavam e eu não conseguia parar de olhá-lo. Impressionada com a presença deles, não conseguia falar nada, tudo que queria era apreciá-los. Então o homem segurou a mão da criança e tirou a rosa que estava no seu bolso e deixou na mesa ao lado. A criança olhou e tirou do bolso uma vela e acendendo-a colocou na mesa também. Não entendi o porquê, mais eles sorriram e partiram. Foi então que chegou o sol e acordei. Fiquei a pensar porque eles teriam ido embora. Decidi então olhar a mesa ao lado e para minha surpresa lá estava a rosa e a vela. A rosa estava morta e a vela estava apagada. Um sentimento de angústia dilacerou meu coração e sentei no chão e comecei a chorar, mas percebi alguma coisa me incomodando, olhei e vi que havia sentado em cima de uma semente e de um fósforo. Aquilo nunca esteve ali, não havia entrado ninguém no apartamento. Lembrei então da face e do sorriso do homem e dos olhos da criança e comecei a sorrir, pois eles queriam me mostrar que chorar por algo que morreu ou que apagou não é o mais importante, o que devo fazer é olhar ao meu redor e procurar a solução e agir fazendo com que novas flores nasçam e perfumem cada manhã pois a luz da verdade nunca fica apagada para aqueles que acreditam.